A VISITA AO MUSEU
Quarta – feira, dia em que fomos ao museu. Arrumei-me bem rápido, e fui correndo pra escola. O ônibus que ia nos levar estava lá na frente, era um ônibus bem grande, os três primeiros anos iam ao museu. Assim que vi a Gih fui falar com ela, contei melhor a historia de ontem, ela ficou mais chocada ainda, me fez varias perguntas. Quando o Caíque chegou, pedi para falar a sós com ele:
_Desculpa!!Não queria que acontecesse aquilo ontem!
_Relaxa. Não aconteceu nada de mais. Já disse pra você não se preocupar.
_ Mas você ficou machucado!
_Sim, mas não iria deixar o Dudu fazer nada com você.
_ Obrigada mais uma vez, não sei o que seria de mim sem você! - Dei um abraço nele. Até que o Dudu chegou e chamou o ele para ir para o ônibus
- o Dudu sempre atrapalhava tudo... A Gih chegou a mim e perguntou:
_ O que ta rolando entre vocês? Todo mundo esta comentando.
_ Não ta rolando nada. Somos apenas amigos.
Fomos pro ônibus e ela não me perguntou mais nada.Sentei ao lado dele, a viajem foi meio longa, durou 30min, não sei que museu era aquele para ficar tão longe da cidade. Observava a Gih e o Dudu, eles sempre estavam juntos, nesse final de semana fariam um ano de namoro, sempre quis ter um namoro duradouro como o deles, mas o amor não estava ao meu favor. Assim que chegamos ao museu o professor pediu para que ficássemos com nossas duplas. Cada sala ia para um setor. A minha turma ficou com as múmias, aquele lugar fedia .Ficamos observando as múmias por um tempo, o professor fala um monte de coisa e eu não entendia nada, o Caíque parecia bem entediado, todos estavam, mas reparei principalmente nele. Aqueles olhos eram encantadores, ele sempre estava ajeitando o cabelo e seu moletom vermelho da adidas.
_ Caíque, você pode vir comigo? Preciso ir ao banheiro, mas estou com medo de que aconteça alguma coisa, a Camila não parou de olhar pra mim por um minuto, mas fique tranqüilo você não vai entrar lá, comigo – estava meio sem jeito.
_ Claro, aqui ta meio chato mesmo – respondeu rindo, e com um sotaque que ninguém tinha.
Bem, o museu era enorme, tinha varias salas era bem escuro também. Vi uma porta que tava escrito “W.C”, logo pensei que era um banheiro e abri a porta, mas de repente apareceu a Camila e a Tânia me empurram junto com o Miguel para essa mesma sala. Ficou tudo escuro, não ouvia mais nada. Estava tudo bem escuro, mas consegui ver alguns lençóis que cobriam certamente telas. Imediatamente fomos tentar abrir a porta, mas estávamos trancados, tentei pegar impulso para abri-la, mas nada aconteceu, cansada de tentar sentei-me no chão, o Caíque me acompanhou.
_ Mari? Você ta bem?- ele perguntou com um tom preocupado em sua voz.
_ Estou sim, e você? – estava mais assustada e confusa do que preocupada.
_ Também, mas não to enxergando quase nada. Onde você ta?
_ Acho que to do seu lado, calma! – fui palpando para ver se o achava, até que toquei em um monte de cabelo e sem querer puxei
_ Ai... – tirou sua cabeça do meu alcance.
_ Desculpa, acho que fui eu – começamos a rir.
Aproximamo-nos, encostei minha cabeça em seu ombro, seu moletom era bem fofinho. Lá dentro estava um calor insuportável, ele pediu licença e retirou meu rosto delicadamente de seus ombros, retirou o moletom, e ficou apenas com uma blusa de algodão, parecia ser branca, tinha uma gola em forma de V. Depois encostei novamente minha cabeça em seu ombro. Estava desiludida.
_ Sabe Mari, você é diferente das garotas que eu conheço... – sua voz era meiga e seu sotaque menos forte.
_ Sou? Porque? – estava surpresa com aquele comentário.
_ É sim, as outras garotas só se aproximavam de mim quando querem algo em troca sabe? Você não. Pra falar a verdade só consigo conversar com você. Me sinto a vontade, e parece que te conheço a anos.
_ Você também é diferente dos garotos que eu conheço e que conheci. A maioria só quer saber de ficar comigo e depois vai embora e me esquecem...
_ Então você já ficou com muitos meninos né?
_ Pra falar a verdade, não. Eu namorei uma única pessoa nesses últimos anos, mas ela me decepcionou. Pensei que ele era diferente, ele me iludiu completamente, no final vi que ele só queria fazer ciúmes para sua ex-namorada que agora é namorada dele, mas ainda nós falamos. Você que tem cara de pegador – brinquei.
_ Na verdade não. Nunca namorei a serio, estava esperando uma pessoa especial, acho que você me entende...
_TRIIIIM TRIIIIM TRIIIM – meu celular tocou, e interrompeu o clima.
_ O que é isso? - ele falou assustado.
_ Acho que é o meu celular, pêra ai. Alô? Isaah? É você? Que bom que você ligou. Onde eu to? Nem eu sei onde eu to, aquelas bruxas me empurram dentro de uma sala. Será que você podia vir me ajudar? Eu to numa sala onde tem escrito WC. O Caíque também ta aqui comigo.Ta bom, tchau.
_ Quem era?
_ Era a Isaah, ela ta vindo procurar a gente. – estava bem aliviada.
_ Que bom! Mas nossa conversa estava boa.
_ È estava mesmo.
Depois de uma hora naquela sala, conseguimos sair graças a Isaah. Ela disse que conseguiu pegar a chave com a Camila quando ela estava distraída ouvindo a explicação do professor, o mais impressionante é que ninguém notou a nossa ausência.
Voltamos pra escola. Era mais ou menos onze e meia. Estava no portão da frente com a Gih, explicando o que aconteceu comigo no museu e enquanto esperava minha mãe.
_ Ainda não entendi porque elas fizeram isso...
_ Inveja. Elas são muito invejosas, também são uns tribufus né? – rimos. O Caíque apareceu. Ficou por lá um tempo. Minha mãe havia chegado e quando fui me despedir dele com um abraço ele sussurrou no meu ouvido:
_ Eu ficaria lá por mais tempo!
Estava com pressa e minha mãe buzinava enlouquecida mente, também queria ter dito isso, acho que foi o melhor passeio que a escola fez. Eu iria com a minha mãe comprar uma roupa para ir pra festa da Gih. Era em um sábado, também ia comprar um presente para eles. Era o aniversario de um ano de namoro dela e do Dudu. Estava pensando em comprar um porta retrato e colocar um foto nossa que tiramos no réveillon de 2008. Estávamos com aqueles óculos gigantes e com roupas bem brilhantes. O Dudu estava segurando uma garrafa de champanhe para tirar onda e eu e a Gih com uma taça, estávamos também com aqueles frufrus coloridos. Foi o meu melhor réveillon, mas também tinha péssimas lembranças. Terminei o meu namoro com o Miguel nesse dia.
Adorava fazer compras com a minha mãe, ela me deixava super a vontade para escolher as roupas que eu quisesse. Entrei em várias lojas e em nenhuma delas achava a roupa que eu queria. Na verdade provava varias roupas, mas nenhuma ficava bem em mim. Enquanto andava pelos corredores do shopping vi uma loja extremamente colorida, com cores bem forte como o laranja, rosa choque e azul piscina, ela me chamou muita atenção e o nome dela era Three Colors. Entrei na loja e uma mulher bem simpática me atendeu, ela era ruiva, estava com um rabo de cavalo, seus olhos eram castanhos e era mediana. Ela era bem histérica, colocava muitas roupas em cima de mim, e sempre que sai do provador ela tinha ataques histéricos, era uma onda.
_ É essa! - falei assim que sai do provador. A roupa era linda. Uma blusa branca simples e uma sai jeans de cintura alta. Estava pensando em comprar uma sapatilha vermelha e um colar com um pingente de morango que tinha visto na loja anterior. – Claro, vou levar essa mesmo, mãe. Ficou perfeita! Depois a gente volta naquela loja para comprar a sapatilha e o colar.
_ Tudo bem. Ficou muito bom mesmo. E o cabelo?
_Acho que vou fazer um rabo-de-cavalo, mas baixo e de lado, depois coloco uma tiara.
_ É vai ficar ótimo. Vamos indo então porque ainda tenho que ir ao supermercado. Vou te deixar em casa para você descansar, pode ser?
_ Claro, vamos logo então.
No caminho falei com a minha mãe sobre o Caíque, estava deslumbrada com ele. Ele me lembrava um pouco o Miguel, mas era muito mais bonito, e simpático. Estava com muito medo de aquilo ser apenas um sonho. Seria a segunda vez que alguém iria me magoar. Talvez eu estivesse indo rápido de mais, e entendendo as coisas de maneira diferente.
Chegando em casa guardei a roupa, e fui tomar um banho para dormir, já era dez e meia -Nossa como o tempo tinha passado rápido, e minha mãe ainda iria ao supermercado- , liguei o chuveiro na água quente como sempre fazia, não lavei o meu cabelo, pois já era tarde. Ensaboei-me com o sabonete que tinha um cheiro de rosas. Escovei meus dentes e coloquei meu pijama do Mickey, e fui dormir, estava ansiosa demais com o dia de amanhã.
Assim que cheguei à escola me encontrei com a Gih, Dudu e com o Caíque. Abracei todos da mesma forma, mas quando fui abraçar o Caíque ele parecia que estava preocupado com alguma coisa, mas deixei para lá.
Na aula a mesma coisa, eu falava com ele e ele continuava a me ignorar, ia me ignorando aos poucos, fazia perguntas super empolgada ele me respondia com um simples “não sei”, ou “sim” ou “não”. Aquilo já estava se tornando insuportável. Não estava entendendo mais nada. Tomei uma decisão, se ele não queria falar comigo, também não falaria com ele.
O resto da aula foi assim, estávamos definitivamente nos ignorando. Mas ele parecia meio perturbado, sempre olhava para a Camila com um olhar de medo. Olhava para ela e em seguida para mim. Havia alguma coisa estranha, ele não era daquele jeito, mesmo conhecendo-o a pouco tempo, sabia que não era de ficar ignorando os outros. Ele parecia estar triste, e com um peso na consciência. Tinha que tomar uma decisão iria falar com ele no fim da aula, se ele não respondesse iria suborná-lo ou algo do tipo. Nem estava mais prestando atenção na aula, não ouvia uma palavra que a professora dizia. O tempo estava passando lentamente, quase parando, os minutos pareciam horas. Até que o sinal tocou, estava aliviada pois a aula havia acabado, mas ao mesmo tempo com medo de ir falar com ele. O vi perto da cantina, era a hora certa de falar com ele já que estava sozinho.
_ Oi – estava apreensiva, acho que a minha expressão mostrava isso.
_ Oi – ele parecia esta impaciente.
_ Queria te fazer uma pergunta...
_ Faça- estava frio
_ Por que você está agindo assim comigo? O que é que eu te fiz? – estava inquieta, acho que as palavras saíram rápido de mais.
_ Assim como? - ele estava ficando tenso
_ Não se faça de tolo. Você entendeu muito bem. Desde ontem você não me responde mais, e se responde é com frieza.
_ Olha, Mari, não quero te magoar. Acho melhor nossa amizade acabar por aqui. Estou muito confuso.
_ Não posso, e não quero deixar de ser sua amiga! Caíque você não entende isso?
_ Eu também não quero deixar de ser seu amigo. Gosto muito mesmo de você e por isso não quer que você se magoe, ou se machuque. Se algo acontece qualquer coisa com você, ficaria muito triste.
_ Que papo é esse? Não vai acontecer nada comigo! Não estou correndo perigo! – fiquei assustada com o comentário dele.
_ E se tiver? Talvez por minha causa! Nunca conheci ninguém como você. E não quero que nada de mal te acontece.
_ Deixa de besteiras. Não vai acontecer nada comigo! Mas vou ficar pior ainda se você me deixar... não posso mais ficar longe de você! Não posso perder mais uma pessoa que eu amo...
_ Vai ser melhor para todos nós... Tente me entender. Se eu pudesse ficaria com você para sempre, mas colocaria sua vida em risco, e não quero isso pra você. – ele saiu e me deixou parada na cantina chorando. Estava muito mal, não queria aquilo, estava acontecendo tudo de novo, as mesmas palavras, o mesmo olhar frio, não podia acontecer de novo. Tinha que me recuperar, no dia seguinte seria o aniversario de namoro do Dudu com a Gih, não podia falar nada para eles, afinal era para ser um dia feliz pros dois, não queria estragar.
3 comentários:
Estou amando o blog !
Mal posso esperar para o rpóximo !
Bjo.
muuuuuuuito perfeito *-*'
Muito fofo , é baseado em fatos reais ? :O
posta mais ? *-*
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